O desejo em movimento

Tão vivo veneno: me fere, cura, me aquece.
De peito aberto, sorriso na cara, teu suor a me molhar - preciso delirar.
Minha saliva te queima, teu corpo me toma. Me desmorona.
Você vai me paralisar, me dizer mais sim do que não.
Quero que o chão satisfaça o nosso desejo com sinceridade.
preciso do tempo, da realização, preciso sentir! me permitir.
Quero você: da maneira que vier.
Vou pintar sua boca, escrever o anoitecer;
Enxergar o desejo, o choro, rezar em frente a chama de uma vela.
Lá fora estará a lua para nos guiar...
escreverei as vontades à flor da pele, direi que te quero.
Deitaremos no lençol de fogo, queimaremos na chama que restou;
Eu vou cuidar, vou te amar, te recitar.
Quando abrir os olhos o sol vai te acender, aquecer, te esquecer.
E só então perceberá que não precisa da minha boca pra te acender.
Minha angústia sobreviverá ao inferno?
Se o sol não ofuscar, irradiar, te queimar - eu irei te amar,
mesmo que me doa, que tire o meu sono, que me aperte o coração;
Eu estarei com você, acharei o seu lar.
Enfim, durmirei bem essa noite. Só esta noite.


Com sinceridade.

00:57 - 14 de agosto de 2009.

( escutando: Essa noite - Senhora Rita )